terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Você já reparou o quanto as pessoas falam dos outros?



Você já reparou o quanto as pessoas falam dos outros?
Falam de tudo.
Da moral, do comportamento, dos sentimentos, das reações, dos medos, das imperfeições, dos erros, das criancices, ranzinzices, chatices, mesmices, grandezas, feitos, espantos.
Sobretudo falam do comportamento.
E falam porque supõem saber.
Mas não sabem.
Porque jamais foram capazes de sentir como o outro sente.
Se sentissem não falariam.
Só pode falar da dor de perder um filho, um pai que já perdeu, ou a mãe já ferida por tal amputação de vida.
Dou esse exemplo extremo porque ele ilustra melhor.
As pessoas falam da reação das outras e do comportamento delas quase sempre sem jamais terem sentido o que elas sentiram.
Mas sentir o que o outro sente não significa sentir por ele.
Isso é masoquismo.
Significa perceber o que ele sente e ser suficientemente forte para ajudá-lo exatamente pela capacidade de não se contaminar com o que o machucou.

Se nos deixarmos contaminar (fecundar?) pelo sentimento que o outro está sentindo, como teremos forças para ajudá-lo?
Só quem já foi capaz de sentir os muitos sentimentos do mundo é capaz de saber algo sobre as outras pessoas e aceitá-las, com tolerância.
Sentir os muitos sentimentos do mundo não é ser uma caixa de sofrimentos.
Isso é ser infeliz.
Sentir os muitos sentimentos do mundo é abrir-se a qualquer forma de sentimento.
É analisá-los interiormente, deixar todos os sentimentos de que somos dotados fluir sem barreiras, sem medos, os maus, os bons, os pérfidos, os sórdidos, os baixos, os elevados, os mais puros, os melhores, os santos.

Só quem deixou fluir sem barreiras, medos e defesas todos os próprios sentimentos, pode sabê-los, de senti-los no próximo.
Espere florescer a árvore do próprio sentimento.
Vivendo, aceitando as podas da realidade e se possível fecundando.

A verdade é que só sabemos o que já sentimos.
Podemos intuir, perceber, atinar; podemos até, conhecer. Mas saber jamais.
Só se sabe aquilo que já se sentiu.

Arthur de Távola 
http://joaopsicopato.fotopages.com/?entry=91116

3 comentários:

  1. As pessoas que falam dos outros para você, vão falar de você para os outros.

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  2. "As pessoas falam mal de outras pessoas para se sentirem valorizadas. É uma expressão do ego humano. Sempre que alguém fala mal de outra pessoa, acaba sentindo uma falsa superioridade, pois acredita que está, realmente, inferiorizando-a. Esse tipo de conversa tem como origem a baixa auto-estima. Como essas pessoas não gostam de si próprias e não sentem que têm valor, buscam a validação do exterior. Vivem tentando inferiorizar o que está à sua volta para sentirem que têm valor. Alimentam o seu ego, mas no interior está tudo na mesma. Continuam a viver numa insatisfação constante criada pela sua baixa auto-estima. Mas por muito mal que essas pessoas falem dos outros, a sua conversa e atitude nunca revelam nada sobre as outras, mas sim, sobre elas mesmas. Quem se sente bem e satisfeito de uma forma constante nunca tem a necessidade de falar mal dos outros."
    Encontrei no ciberespaço este texto mal escrito, mas de conteúdo claro, sobre a necessidade que o ser humano tem de se achar melhor que os outros, atribuindo adjetivos negativos ou criando histórias afim de desmoralizar alguém. O mais interessante disso tudo, como no próprio texto, é que falta auto-estima e evolução humana em quem perde tempo com isso. Sei que no mundo nao existem só pessoas do bem. Porém sempre fico triste quando descubro alguem próximo de mim que nao é. Mas agora já nao guardo mais espaço para decepção. À elas revido com a desatenção."Nao é de hoje que fui apresentada a essa inútil corriqueira chamada fofoca, mas parece que a cada dia ela ganha mais admiradores. Nao tenho mais paciencia para o disse-que-disse. Pra quem fala demais por nao ter nada a dizer..." (A foto acima e o texto em cor azul são da Mayara.)
    "Eu aprendi que para se crescer como pessoa é preciso me cercar de gente mais inteligente do que eu".

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  3. é mais fácil criticar e ser Juiz dos outros do que olhar e mudar nossos próprios defeitos, é assim que muitas pessoas se julgam como modelo de virtude para todos seguirem!

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