segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Soberba



A soberba não é privilégio dos ricos. Os pobres também podem experimentar a soberba ao se considerarem especiais e buscando fingir serem o que não são. Não só através de bens materiais, pois muitas vezes a pessoa pode se sentir superior aos outros por acreditar que é o melhor no que faz, no que decide, na sua capacidade de resolver situações.
Enquanto o invejoso guarda tal sentimento para si, se remoendo internamente (talvez até com medo das denotações negativas que tal sentimento pode compor), o soberbo tende a se mostrar, pois está enamorado com a própria existência. O soberbo se sente auto-realizado (dentro dos conceitos propostos na pirâmide de Maslow), querendo mostrar-se para os outros a todo preço, querendo despertar a inveja e a admiração dos outros, como se isso elevasse sua estima ao máximo e lhe trouxesse prazer.
O soberbo quer superar sempre os outros, mas quando é superado, logo se deixa dominar pela inveja. Para o soberbo, ele deve sempre estar no topo, sendo o parâmetro mais alto para as pessoas, despertando interesse e curiosidade de todos. Quando é superado, logo o soberbo se sente ameaçado, atingido, sendo tomado pela inveja no sentido ruim, querendo depreciar os outros e vangloriar-se, sem que para isso se estruture para se superar ou até fazer uma avaliação da vida, dando-se em determinado momento por satisfeito.
A soberba é contrária à homogeneização da humanidade, pois, uma vez que a humanidade pode se tornar homogênea, com todos os indivíduos sendo e vivendo de maneiras iguais, não haverá mais espaço para a soberba, ao desejo de se tornar diferente e mais especial que os outros, nas mais diversas formas. Com todos vivendo igualitariamente, a soberba não existe, e quem desse pecadosobrevive, se sentirá carente, fraco, ausente, já que não conseguirá atrair atenção de ninguém tão facilmente ao agregar grandes valores a si próprio.
A correção da soberba ocorre única e simplesmente por meio da humildade. É agindo com simplicidade que se consegue combater a soberba nas suas mais diversas formas, evitando a ostentação, contendo as vaidades e olhando o mundo não apenas a partir de si, mas principalmente ao redor de si. O soberbo vê o mundo começando a partir de si, enquanto o correto seria que ele olhasse ao redor, comparasse, analisasse e traçasse seu caminho individualmente, com virtude e solidariedade.
Mas algumas vezes também pode-se perceber que o excesso de humildade é sinal de uma soberba focada na inferioridade. Ou seja, o soberbo não aceita ser como a média, não aceita ser como os demais. Ele precisa se destacar dos outros sendo o "mais" "maior". Se não consegue ser o mais inteligente ele então desejará e será o mais ignorante, falando sobre isso o tempo todo para que, seu interlocutor ao ouvir a depreciação passe a elogiar o soberbo mesmo que seja por educação. Mas isso bastará ao soberbo que quer ser destacado dos outros que são medianos.

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